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Economistas apontam riscos da bolha de IA na economia dos EUA

O que acontece quando a inteligência artificial se torna o motor da economia, mas também pode ser seu ponto fraco? Esse é um cenário que estamos prestes a explorar.

Recentemente, o economista Jason Furman, da Universidade de Harvard, revelou que os investimentos em IA foram responsáveis por quase 92% do crescimento do PIB dos Estados Unidos na primeira metade de 2025. Isso significa que uma parte significativa da economia americana foi concentrada em uma única tecnologia. Imagina o impacto disso!

Contudo, esse cenário é preocupante, pois a dependência excessiva da IA pode se transformar em um risco. O Banco da Inglaterra, em um alerta recente, argumenta que as avaliações do mercado para empresas do setor de IA estão cada vez mais distantes da realidade. Analistas do banco afirmam que essas avaliações, além de estarem esticadas, deixam o mercado vulnerável caso as expectativas sobre a IA não se concretizem.

Se você precisava de uma prova do otimismo no mercado, a xAI, empresa de Elon Musk, está em busca de US$ 20 bilhões! A quantia seria destinada a uma compra histórica de chips da Nvidia. A xAI, que passou de uma avaliação de US$ 6 bilhões para impressionantes US$ 200 bilhões, planeja usar os recursos para seu novo centro de dados, o “Colossus 2”. Engraçado é que a própria Nvidia também está investindo nessa operação.

O presidente da Rockefeller International, Ruchir Sharma, comentou que os EUA se tornaram uma grande aposta em IA e alertou: a tecnologia precisa gerar resultados, ou a economia pode enfrentar um sério revés.

O Lado dos Otimistas: “Desta vez é real”

E o que temos nessa discussão? Uma revolução ou outra bolha como a das pontocom? Os dois lados argumentam com vigor, mas os otimistas têm bons pontos. Diferente das empresas que estavam apenas “prometendo”, as grandes companhias de IA estão se mostrando lucrativas. As chamadas “Sete Magníficas” da tecnologia estão apresentando resultados expressivos.

Para se ter uma ideia, as ações da Nvidia dispararam 1.700% em dois anos, e a OpenAI espera arrecadar US$ 12,7 bilhões em 2025. Gigantes como Microsoft, Google e Meta também vêm superando as expectativas.

Além disso, a infraestrutura para essa revolução é concreta, com data centers em funcionamento e softwares que já estão alterando o jeito que as empresas operam. Hoje, quase 90% dos desenvolvedores utilizam ferramentas de IA, e a adoção de IA generativa dobrou em um ano.

Para o diretor de investimentos do UBS, essa fase atual é um momento natural de impulso. Ele menciona que não há indícios claros de uma bolha e que é possível se beneficiar desse bom momento com um portfólio bem diversificado. O analista Steven Fiorillo, por sua vez, dá um alerta aos pessimistas, afirmando que o mercado é sustentado por resultados reais e não por exageros.

A Resposta dos Pessimistas: “A História Rima”

Por outro lado, os pessimistas têm argumentos históricos que não podem ser ignorados. Comparações com o período das pontocom são inevitáveis, especialmente ao ver que as dez maiores empresas do S&P 500 representam mais de um terço do valor total do índice. Uma concentração assim é preocupante, pois qualquer pequeno tropeço pode resultar em grandes reações no mercado.

Estudos do MIT mostram que 95% das empresas estão falhando em suas iniciativas de IA generativa. Isso levanta questões sobre se realmente estamos vivendo uma transformação significativa ou apenas uma ilusão coletiva. Os desafios práticos, como a escassez de energia e limitações na produção de chips, são fatores que podem desacelerar essa “revolução” mais do que se imagina.

Além disso, vários líderes do setor têm levantado bandeiras de alerta. Sam Altman, CEO da OpenAI, expressou sua preocupação com a empolgação excessiva dos investidores. Jeff Bezos, da Amazon, também insinuou que uma correção no mercado é inevitável.

A verdade parece viver em um espaço cinzento entre otimismo e cautela. A IA é certamente uma força transformadora, mas a questão continua: até que ponto essa empolgação é fundamentada?

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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